POV SETH
Encontrar Safira foi à melhor coisa que poderia ter me acontecido, ela era linda, com olhos azuis intensos e uma pele clara, maravilhosa. Meu amor por ela foi instantâneo, sempre achei essa coisa de impriting um exagero, mas agora que senti na pele posso afirmar com certeza: “é a melhor coisa do mundo”.
Corri por vários quilômetros para deixá-la em segurança, sendo ela humana e cheirando tão bem quanto, ficaria ainda mais vulnerável se ficasse próxima à batalha. Meu coração ficou apertado com a idéia de me afastar, mas quando comecei a ver a luta pelos olhos de meus irmãos, meu instinto falou alto, e entendendo que ali ela não correria riscos, meu lobo me permitiu deixá-la para ajudar os outros.
Voltei imediatamente, o que me custou alguns minutos de corrida, fiquei prestando atenção no caminho, pois não queria correr o risco de algum vampiro vir atrás dela, não suportaria perde-la. Assim que cheguei ao campo de batalha comecei a lutar com os vampiros, eles eram fortes e experientes, vi alguns vampiros machucados, além de Paul e Embry que logo se machucou também. Graças a nossa união e as táticas de Jasper conseguimos contornar a situação e após algumas horas vencemos a batalha.
Jacob me chamou para ajudar a pegar Mary e eu prontamente fui ajudá-lo, Jared ficou com Paul e Embry, não deixaria os lobos feridos entregues aos vampiros. Corremos o mais rápido que podemos e vi o desespero de Jake a constatar que a caverna em que supostamente Mary deveria estar exalava fumaça por todos os lados, um cheiro adocicado característico de vampiro misturados com outras coisas, uma fumaça escura e devo dizer macabra.
Vimos à bruxa ser arremessada de cima da tal caverna, ela caiu a poucos metros de nós e disse que Jake tinha que ser rápido ou Mary seria transformada, automaticamente corremos, mas infelizmente em forma de lobo não conseguimos subir, Bella e Edward foram rápidos, mas não puderam evitar que os vampiros fugissem com Mary, ao mesmo tempo que um cheiro forte de sangue invadiu nossas narinas, me dando certeza de que alguém foi morto ou gravemente ferido.
Bella ficou estática, seus olhos dourados assumindo um preto intenso, era sede, ela estava lutando para não ir correndo de encontro aquele cheiro e dar fim a qualquer resquício dele que sobrasse. Porém, ela foi forte e se dirigiu ao encontro de Jacob, me destransformei e em forma humana escalei a alta caverna, era um vulcão inativo na verdade, mas bem íngreme e super alto, ao chegar me deparei com uma cena muito triste, o corpo de Débora estava jogado em cima de uma possa de sangue, seu tórax foi rasgado provavelmente por mãos fortes de vampiro, nem se deram ao trabalho de beber seu sangue, ela agonizava, seu coração batia tão lento que pensei que já estivesse morta, quando me aproximei ela sussurrou meu nome, me abaixei e disse ao seu ouvido:
–Fique calma, vai dar tudo certo, vamos dar um jeito nisso.
Seus olhos tristes me olharam e naquele momento eu tive certeza de que ela sabia que estava mentindo, ela apertou minha mão um pouco e disse com muita dificuldade:
–Diga a Jake que eu sinto muito...
Automaticamente sua cabeça pendeu para o lado, seu coração parou de bater e eu tive a certeza de sua morte, não pude evitar a tristeza que me invadiu, mesmo ela tendo feito o que fez, convivemos juntos muito tempo e antes dessa loucura toda, éramos amigos. Seria uma pena, a família dela sofreria muito. Pequei seu corpo, coloquei em minhas costas e desci, indo de encontro ao chão, não levaria o corpo para o acampamento, os vampiros poderiam perder o controle e atacar a nós que temos um coração batendo. Deixei seu corpo em baixo de uma árvore, tinha que ver com Carslaile o que ele achava melhor e depois veria isso.
Fui em direção à bruxa, ela estava visivelmente abatida, com olhos negros, rachaduras em volta da cabeça e ainda mais pálida que o normal, me aproximei dela e disse:
–Você consegue subir em mim, se eu me transformar?
Ela me olhou totalmente esgotada, disse:
–Acho que não, preciso caçar e esse cheiro de sangue não está ajudando.
Saí imediatamente fui em busca de algo que ela pudesse beber, achei um felino que nem sei o nome e o peguei, mesmo em minha forma humana eu era bem mais forte que ele, o levei e ela aceitou de bom grado. Assim que ela o secou sua cor ficou menos pálida, suas rachaduras sumiram e seus olhos ficaram um pouco mais claros, ela conseguiu levantar sozinha e disse:
–Obrigada, posso ir andando agora, vamos!
Indiquei a direção e ela se pôs a correr, todos estavam a alguns quilômetros, mas preferi permanecer em minha forma humana, corremos juntos, ela acompanhou meu ritmo e em alguns minutos chegamos. A cena que vi foi totalmente inesperada, Emmett e Alice trouxeram vários animais pra que os vampiros machucados bebessem à medida que eles o faziam sua aparência melhorava e as partes que tinham sido coladas pelo veneno fixavam-se definitivamente, deixando apenas uma linha fina como uma cicatriz, que a olhos humanos não era notada.
Karmia correu em direção a Rafael, ele foi o mais machucado, teve sua cabeça arrancada, e sua relutância com sangue animal fez com que sua recuperação fosse mais delicada, ele precisaria de alguns dias para ser considerado bem, não poderia se mexer muito e principalmente não levantar, ficaria deitado na mesma posição algumas horas mais e só depois poderia pensar em ir embora.
Assim que verifiquei meus irmãos lobos meu coração apertou, sentindo falta de Safira, olhei para direção onde ela estava e seu cheiro me invadiu, ela vinha sendo carregada por Emmett que nem havia notado, mas foi buscá-la, ela estava tensa por ser carregada por um vampiro, mas assim que ela me viu abriu um largo sorriso, fazendo meu coração bater acelerado. Corremos um em direção ao outro, ela se jogou em meu colo e não foram preciso palavras, nossos corações e necessidades falaram por si só. Beijamo-nos como se não nos víssemos há muito tempo, nos separamos por falta de ar, encostei minha testa na dela e não evitei o sorriso que se formou em meu rosto, falei:
–Você está bem?
Ela sorriu e disse:
–Tive medo, a floresta a noite é assustadora, mas já passou, estou bem agora.
–Prometo que não vou mais deixar você sozinha, me desculpe.
Ainda sorrindo nos olhamos e me perdi na imensidão azul, eu estava completo, realizado, ela era minha vida, eu tinha certeza disso, uma voz feminina cantarolou atrás de nós e fiquei receoso, esqueci completamente de Karmia, a suposta mãe de Safira, ela não sabia sobre o impriting e poderia não aceitar, o que dificultaria em muito minha vida. Ela disse:
–Filha, você está bem?
Safira olhou em seus olhos, tomando ciência de que sua mãe estava viva, sua felicidade foi instantânea, ela se retosou em meu colo e a muito custo a soltei. Ela correu em direção à mãe que a recebeu com muito carinho e juntas choraram, as lágrimas de Safira correram soltas pelo seu rosto, Karmia apenas soluçava, mas tenho certeza de que se ela pudesse estaria na mesma situação. Após um momento mãe e filha, elas se soltaram e Safira veio de encontro a mim sorrindo, rebocando a mãe pela mão, falou:
–Mãe, esse é o Seth, o lobo da minha vida!
Karmia me analisou de cima a baixo, ela não sabia quem eu era quando a trouxe, na verdade eu nem tinha me dado conta dessa ligação das duas, disse:
–Então você imprintou em minha filha?
Ela sabia sobre o impriting, claro, ela mesma já havia tido um há tempos atrás, isso poderia ser um ponto a meu favor, falei:
–Sim, não posso controlar você sabe disso.
Ela sorriu deixando seus dentes brancos a mostra e acariciou o rosto de Safira, cantarolou:
–Você não podia estar em mãos melhores minha querida!
Imediatamente Safira a abraçou e depois ela veio até mim, mesmo torcendo o nariz pelos nossos cheiros nos abraçamos, Safira se juntou a nós e tudo ficou bem, nosso abraço coletivo durou uns poucos segundos, depois Safira e eu fomos para a tenda onde estavam os lobos, eu queria falar com Carslaile, eu queria saber o que fazer com o corpo de Débora, o Chamei:
–Carslaile, ele veio imediatamente e ficou me olhando, Encontrei Débora morta na caverna, infelizmente os vampiros a mataram, não quis trazer seu corpo porque eles não tomaram seu sangue, não quis causar desconforto a vocês, mas sinceramente não sei o que fazer. Acha que devemos levar para a Forks, ou enterrar por aqui mesmo?
Ele ficou pensativo absorvendo minhas palavras, obviamente ele sabia de quem se tratava, ele nunca a tinha visto, mas ouviu as histórias que nós contamos pelo caminho, falou:
–Acho que devemos buscar o corpo e enrrolar em uma lona, para que os animais não o devorem, porém a decisão de levá-lo cabe ao Jacob, sendo que se levar vão ter que dar explicações a policia de seu desaparecimento. Não acho que seria prudente, mas é ele quem vai decidir.
Sai da tenda com Safira ao meu lado, eu a deixaria com a mãe e buscaria o corpo, mas Emmett veio e disse:
–Me diz onde está, eu trago, sou mais rápido e você não tem como carregar transformado, como humano demoraria muito.
Dei as indicações a ele e depois de pegar uma lona preta e se pôs a correr, sumindo imediatamente na floresta, olhei Safira e fiquei esperando, em menos de cinco minutos ele volta com o corpo enrolado na lona, o colocou atrás do acampamento, teríamos que fazer alguma coisa logo, pois com o calor intenso que faz aqui, o corpo apodreceria rapido.
Voltamos para a tenda e ficamos esperando por Jake, eu já estava preocupado, faziam mais de uma hora que tinha me separado dele, eu iria me transformar para ver como ele estava, mas não foi preciso, Edward chegou com Mary no colo, desacordada, sendo seguido por Bella e Jake em forma humana logo em seguida.
Minha amiga estava machucada, pálida e seu coração batia devagar, saímos para dar espaço ao doutor, apesar da sensação de alivio de todos eu tinha um pressentimento que as coisas não seriam tão fáceis como pareciam, ainda teríamos outra batalha pela frente: manter Mary viva.
POV JACOB
As palavras do doutor me pegaram desprevenido, meu peito apertou fortemente, minhas pernas vacilaram, ela esta mau, com certeza as coisas não seriam tão fáceis assim, apesar de dar indícios que aconteceria, ela não acordava. Entrei na barraca e a vi, uma pessoa frágil, debilitada, uma palidez incomum a ela, suas pálpebras fechadas, me privando do verde intenso de seus olhos, minha perdição, meu amor. Eu faria qualquer coisa por ela, com certeza faria, eu daria todo o meu sangue se fosse necessário e ficaria feliz, pois a única coisa que importava naquele momento e por toda minha existência era que ela ficasse bem, que ela sobrevivesse e fosse feliz.
–Temos que considerar algumas questões Jacob.
–E quais seria doutor?
–Bem, acredito que a única pessoa que possa fazer a doação seria Safira, pois mesmo tendo alguns dons de bruxa, o sangue dela é humano o suficiente para não causar alterações em Mary.
–Como assim?
–Devido ao impriting, provavelmente você seja compatível, mas não sabemos as consequências que isso pode trazer a ela, sua genética pode ser alterada, e até quem sabe ela pode vir a se transformar futuramente, o que lhe privaria de uma vida humana completa. Ela não teria filhos, por exemplo.
–Por mais que a ideia de uma eternidade ao seu lado me agrade, não consigo nem imaginar ela lutando contra vampiros, e tenho certeza que ter filhos é algo que ela gostaria, e muito.
–Eu não posso ter certeza Jacob, mas quero que você esteja ciente de tudo. O que você resolve?
–Vamos falar com Safira, ver se o sangue dela é compatível.
Carslaile foi chamar Safira e fiquei ali, admirando, toquei em sua mão e sua temperatura estava muito baixa, ela estava com frio, mesmo com esse calor de 42º, Carslaile e Safira entraram na tenda. Ele fez os exames necessários, por incrível que parece ele carrega muita coisa consigo, poderia até fazer uma cirurgia se fosse necessário. Felizmente elas eram compatíveis então à doação foi feita.
Fiquei ao lado de Mary o resto do dia e toda a noite, não saí nem pra comer, Esme já se sentindo melhor e caminhando normalmente veio até mim com comida e água, ela era muito gentil e carinhosa, olhava Mary com tanta ternura que eu cheguei a esquecer de que ela era uma vampira. Não posso negar que os Cullens foram muito mais que aliados nessa missão, foram essenciais, eu devia a vida de Mary a eles, jamais esqueceria isso.
Acabei adormecendo em algum momento, não tive sonhos, na verdade estava tão esgotado que parecia que eu tinha virado uma pedra. De repente senti uma mão em meu cabelo, eu estava sentado ao lado de sua cama, apoiado em meus braços, sua mão deslizou por minha cabeça e fez um carinho em minha nuca, me deixando arrepiado e a fazendo sorrir baixinho, meu coração disparou, levantei a cabeça e me deparei com aquele belo par de olhos verdes me fitando, seu sorriso tímido, sua respiração tranquila, mas seus batimentos cardíacos acelerados tão quanto os meus, ela disse:
–Oi amor, que saudade!
POV MARIANA
Naquele momento eu não poderia me sentir mais feliz, Jacob sorria pra mim, um sorriso lindo e sincero, meu coração aos pulos, minha vontade era abraça-lo e enche-lo de beijos, mas meu corpo ainda doía muito, eu tinha um soro em outra mão e um aparelho que media meu coração, que nesse instante estava a mil por hora.
Não foi preciso dizer mais nada, ele veio até mim, e tomou meus lábios, num beijo cheio de saudade e carinho, senti um gosto salgado e quando me dei conta eram nossas lágrimas, nós dois chorávamos, mas agora de alegria, foram dias horríveis, a saudade era enorme e estar com ele agora era a melhor coisa do mundo. Eu novamente me sentia completa e feliz!
Depois de certo tempo sozinhos notei que alguém entrou onde eu estava, eu nem sabia onde estava, mas sentia calor, muito calor. Avistei um homem lindo, loiro de olhos dourados, que sorria gentilmente, ele analisava meu rosto e não se aproximou, Jacob olhou pra ele e disse:
–Venha Doutor, que te apresentar o amor da minha vida, Mariana.
Então ele me olhou e disse:
–Amor, esse é o doutor Cullen. Ele e sua família nos ajudaram a resgatar você, não teríamos conseguido sem eles.
Olhei o doutor, eu sabia que ele era um vampiro, além de Jake já ter me falado sobre os Cullens eu fiquei tempo suficiente com vampiros para reconhecer um, não fiquei com medo, estendi minha mão livre a ele e disse:
–Obrigada! Sinto muito em ter que conhece-lo em uma situação tão tensa, desculpe ter dado trabalho ao Senhor e sua família.
Ele gentilmente retribuiu meu aperto de mão e falou:
–Não tem o que agradecer, nós devemos muito aos lobos, e apesar de não sermos melhores amigos, respeitamos uns aos outros e nos aliamos quando é necessário. Sendo você humana e um impriting é obrigação de todos protege-la.
Jacob ficou visivelmente feliz e satisfeito por aquelas palavras, sorriu abertamente, então pedi:
–Será que posso levantar um pouco, gostaria de tomar um banho, estou morta de calor.
Eles sorriram pra mim, e depois de ter sido minuciosamente examinada por Carslaile, ele me deu uma injeção, que segundo ele seria a última e me liberou. Jacob me ajudou a sair da cama, eu estava meio zonza, mas queria ver o sol, tão raro em Forks, queria ver meus amigos.
Ele me pegou no colo, mesmo com meus protestos e me levou para fora da barraca, que logo teve as lonas levantadas e se tornou uma tenda, meus olhos demoraram um pouco a se acostumar com a claridade, mas aos poucos fui analisando o que tinha em minha volta. A floresta era linda, muito verde e exuberante, mas diferente de La Push, era quente e abafada, vi meus amigos ao longe sendo que o primeiro que vi foi Seth, ele veio correndo em minha direção, sua alegria era contagiante, ele me deu um beijo estalado e logo a menina que estava na caverna veio com ele, Jacob falou:
–Amor, essa é Safira, filha de Karmia, ela quem doou sangue pra você.
–Olá, que bom que conseguiu fugir e obrigada!
Eu disse feliz por ela estar bem, apesar de não entender o porquê de ela estar abraçada ao Seth. Ela olhou pro chão, parecia envergonhada, falou:
–Desculpe não ter podido ajudar você, eu fui fraca, Eleonor não tinha o direito de te machucar.
–Hei não se preocupe você não podia fazer nada, então fique tranquilo, ok?
Ela me olhou se sentindo mais aliviada e sorriu gentilmente, Jacob me disse sobre o impriting deles edepois me levou onde seria uma cozinha improvisada, uma mulher muito bonita estava cozinhando algo que cheirava muito bem, meu estômago roncou na hora e Jacob me sentou indo pegar comida, logo a mulher veio em minha direção, assim como outros vampiros que não conhecia, mas fiquei tranquila por eles terem os olhos dourados. As apresentações começaram:
–Olá querida, sou Esme Cullen, companheira de Carslaile e estes são meus filhos: Alice e Jasper, Rosali e Emmett, Edward e Isabela.
Todos me olharam e sorriam gentilmente, inclusive Isabela, eu sabia exatamente quem ela era, mas não me abalei, sendo eu o impriting do Jake, tenho certeza que ela não significa mais nada pra ele, eu sou mais eu, falei:
–É um prazer conhecê-los, obrigada pela colaboração de todos, que pelo que soube foi fundamental a minha sobrevivência. Obrigada mesmo, de coração.
Seth se aproximou e disse:
–Você foi mordida, mas Bella sugou o veneno, você poderia ser uma vampira agora.
Olhei pra ela que olhava o chão, Jacob ficou tenso ao meu lado, nem havia notado que ele voltara com um sanduiche pra mim, falei:
– É mesmo, então obrigada Isabela, por sua ajuda e esforço, tenho certeza que não deve ter sido fácil, sendo você uma vampira jovem, isso deve ter sido torturante.
Ela me olhou e disse séria:
–Eu fiz isso por Jake, ele não suportaria de você virasse vampira, assim como eu.
Aquilo me irritou, ela deixou bem claro que se fosse apenas por mim eu teria morrido, mas ela ainda nutria algum sentimento forte por Jacob, minha paciência tem limite, falei igualmente séria:
–Seja por qual motivo for, obrigada, não sou ingrata, como disse, “Todos” foram essenciais, mas seu esforço foi maior. Sei de sua história com Jake, sim eu sei, ele me contou tudo. Você fez sua escolha e eu não a condeno, pois se eu amasse um vampiro, provavelmente faria a mesma coisa, pois não me imagino sem meu lobo, ele é minha vida, o ar que respiro. Mas Isabela, as coisas mudaram, e muito, cada um de vocês seguiu o seu caminho, e sei que sempre teremos uma divida com vocês, serão sempre lembrados por nós, mas não acho justo você dizer que fez o que fez por ele.
Ela me olhou não entendendo o que eu queria dizer, todos estavam em silencio, prossegui:
–Isabela, quando você fizer algo bom por alguém, faça por você mesma, não por outra pessoa, vai ser gratificante, pode ter certeza.
–Você me odeia? Aceitaria se Jacob continuasse meu amigo? Ele é realmente muito importante pra mim, sempre foi, ele e todos sabem disso.
–Não, eu não odeio você, como odiar alguém que nem conheço. E quanto a ele ser seu amigo, isso é ele quem decide, não posso falar por ele, mas saiba que não me agrada esse seu joguinho, de amorzinho e amiguinho, como já disse você fez sua escolha, conviva com as consequências. Agora se me derem licença, preciso de um banho. Jake, você me leva?
Ele me pegou no colo e me deu o sanduiche, comecei a comer enquanto ele caminhava e ouvi o barulho da água, ele disse:
–Você me surpreendeu.
–É mesmo, por quê?
–Qualquer outra em seu lugar teria tido um ataque de ciúmes e teria feito um fiasco com o que ela falou.
Não evitei sorrir com esse comentário, falei:
–Só falei o que sinto, se você acha que deve ser amigo dela, não vou interferir, apesar de não me agradar, ela é muito sonssa pro meu gosto, mas sendo você um lobo e ela uma vampira, eu to fora!
Ele riu gostosamente e logo chegamos ao rio onde encontrei Embry e Paul, eles me abraçaram e saíram pra me dar privacidade, Jake me ajudou e tomei um banho gostoso, revigorante.
~o.O.o~
Já estávamos aqui há três dias e graças a Deus estávamos de saída, Karmia veio com Rafael me ver, me assustei ao constatar que ele tinha olhos vermelhos vivos, Jake me disse que ele se alimenta de humanos, e foi o que mais se machucou na batalha, eles me contaram tudo e foi horripilante, Rafael teve a cabeça arrancada, nem imagino uma coisa dessas.
Nesses três dias conheci melhor os Cullens, Alice é incrível, com certeza seria uma grande amiga e Esme uma mãe maravilhosa, todos com suas peculiaridades, foram muito gentis e educados, Edward e Bella ficaram mais na deles, não falei mais com ela depois disso, mas no outro dia de nossa conversa ela veio falar com Jacob.
FLASH BACK ON
–Jake, posso falar com você?
–Algum problema Bela?
–Não posso querer falar com meu amigo?
Ele me olhou, estávamos sentados em baixo de uma árvore, conversando com os lobos e Emmett contando piadas, eu achava lindo como os vampiros brilhavam ao sol, ficavam ainda mais lindos. Assenti com a cabeça ele levantou e conversaram, permanecia li, sentada, sem fazer alardes ou dar escândalos, logo senti alguém sentando onde Jake estava e constatei que era Edward, ele disse:
–Obrigado por você não se opor ao relacionamento deles.
Olhei pro vampiro sentado ao meu lado assimilando o que ele estava me dizendo, falei:
–Eu nem sabia que se tratava de um relacionamento.
–Eu nunca entendi direito a relação deles, vá por mim, nem tente você não vai conseguir.
–Olha Edward, não tenho nada que ver com a história de vocês, e pra falar a verdade você realmente foi o melhor pra ela, pois se não, agora que ele me conheceu ela estaria sofrendo muito.
–Eu sei, já falei isso pra ele.
Ficamos em silencio, ainda ouvindo as piadas de Emmett. Alguns minutos depois Jacob voltou e Edward saiu de meu lado, indo abraçar Bella, Jake me envolveu com seus braços e beijou meu cabelo, olhei em seus olhos e vi tanto amor neles que com certeza não seria uma conversa que iria me abalar. Não toquei no assunto nem falei nada, se ele quisesse me contaria.
O resto do dia se passou sem que nada fosse dito sobre isso, Bella não se aproximou mais dele e nem a vi naquela noite, foi à noite do eclipse, foi lindo, o vimos de cima de uma montanha que tinha próximo ao acampamento. Levamos um saco de dormir e ficamos por lá, então de repente ele falou:
–Não dá mais.
–O que não dá mais Jake?
–Eu e Bela, não dá.
–Você não precisa me falar sobre isso, é assunto seu, não se sinta obrigado a me dizer nada.
–Não Mary, eu preciso.
–Então diga.
Ele suspirou e disse:
–Durante muito tempo eu fui um cara alegre, feliz. Morava na reserva com meu pai, tinha a minha mãe e irmãs comigo. Bela vinha nos verões ver o pai dela, ele sempre a levava lá em casa e nós brincávamos muito. Ela era tão diferente das outra garotas, foi isso que me encantou nela, tão branquinha, tão frágil. Depois quando ela voltou pra Forks ela nem me deu bola, na verdade só me usou para saber a verdade sobre os Cullens, mas eu ainda achava ela intrigante, diferente. Quando ela apareceu na minha casa e começou a frequentar minha garagem todos os dias, eu realmente achei que a amava e que agente poderia ficar juntos. Eu nunca tinha namorado ninguém, nem me apaixonado, ela estava tão carente, tão destroçada que achei que realmente agente poderia dar certo, quem sabe eu conseguiria fazer com que ela fosse feliz. Mas as coisas não saíram como eu planejei e fiquei obcecado por ela, eu também tive minha parcela de culpa, não quis me convencer do obvio.
–Que era?
–Ela o ama, verdadeiramente, mesmo que ela sentisse algo por mim, não era nada em comparação que ela sentia por ele, ela foi muito egoísta me mantendo perto, mas segundo ela, ela fazia por que achava que isso me fazia bem.
–E fazia?
–Sim, infelizmente, cada migalha de atenção que ela me dava me fazia muito bem, mas agora...
–Agora?
–Nada, zero. Bela não significa mais nada pra mim. Não consigo vê-la nem como amiga, é como qualquer outro Cullen agora, nem magoa ou raiva eu sinto mais.
–Você disse isso a ela?
–Sim, e ela disse que me entendia, mas que eu sempre teria um lugar especial em seu coração.
–Isso te incomoda?
–Não, na verdade é indiferente.
–Sabe o que eu acho?
–O que?
–Quando chegar a hora, se despesa dela direito, não a destrate, ou seja, indiferente, provavelmente vocês não se verão mais depois disso, mostre a ela que você é uma pessoa maravilhosa e que realmente não tem ressentimentos.
–Eu vou pensar nisso. Obrigado por ser minha amiga, mulher, companheira. Obrigada por estar em minha vida, por me fazer feliz. Eu te amo!
–Eu te amo mais!
FLASH BACK OFF
Hoje finalmente estamos voltando pra casa, todos já se sentem bem para a vigem, inclusive eu, as marcas em meu corpo estão fracas, meu braço está bem melhor, apesar de ter que ficar imobilizador por mais uns dias e já me sentia muito mais forte e saudável.
Ficou decidido que Safira viria pra reserva conosco e Karmia passaria um tempo com Rafael, eles precisavam de um tempo só deles, coisas de vampiros. Eu não via a hora de chegar a minha casa, pegar minhas roupas e tomar um banho demorado em meu chuveiro, estava com saudades de Sue, Billy e todos outros, meu trabalho e minha mãe, por falar nisso, ela deve ter ligado várias vezes e eu não atendi, ela deve ter pirado esses dias. Depois de tudo arrumado, fomos para o avião, Jake me carregou em sua forma de lobo, a sensação foi ótima, Safira foi nas costas de Seth e os outros foram correndo.
A viagem foi longa, várias horas dentro de um avião me fez ficar sonolenta, deitei minha cabeça no peito de Jacob e dormi. Estar em seus braços era a melhor coisa do mundo, ali era minha casa, meu porto seguro. Acordei com ele me chamando, senti frio, Alice me deu um agasalho, e outro para Safira, estávamos no Alasca e os Cullens desceriam ali, assim como Karmia e Rafael, fomos nos despedir.
Todos vieram e nos abraçaram, uma a um eu abracei e agradeci, inclusive Bella e Edward, então Jake fez o mesmo, o que deixou Bella feliz, Edward me olhou e disse um Obrigado sem som, eu me limitei a piscar o olho pra ele, então Carslaile disse:
–Jasper vai leva-los ao aeroporto de Port Angeles, espero que tenham uma boa viagem.
Jacob foi até ele apertou sua mão e disse olhando em seus olhos:
–Obrigado doutor, por tudo. Quero que saiba que independente de qualquer coisa, o considero um amigo. E sempre que precisar de mim ou do meu bando, pode contar conosco.
Os dois se abraçaram e sorriram, Esme me deu um beijo terno e foi para o lado de seu marido. Todos nos olhavam sorrindo, o clima de alegria e dever cumprido pairavam no ar, Karmia e Safira se despediram e logo voltamos todos para dentro do avião. Os lobos, Safira e eu. Jasper nos largou em Port Angeles e pra minha surpresa Sam nos esperava no aeroporto, junto com Raquel e Kim, as duas grávidas, ansiosas por seus maridos, mas o que me deixou mais feliz foi ver Quil. Meu amigo estava super bem, tranquilo, com um grande sorriso no rosto.
Nosso reencontro foi comovente, nos abraçamos e falamos todos ao mesmo tempo, parecíamos uma família grega, tanta falaçada que muitas vezes nem nos entendíamos, Sam olhou Seth com Safira, esperou que a mesma saísse de perto do Seth e disse:
–Parabéns Seth, isso foi bem útil.
–Como assim Sam, por que diz isso?
–Renata!
–Eu esqueci completamente dela.
–Ela foi à reserva atrás de você, assim que chegou a minha casa ela viu Rick, um novo lobo, ele imprimou nela, ela está com medo de sua reação.
–Quando foi isso?
–No outro dia de sua partida.
–Vocês contaram a ela sobre os lobos?
–Sim, Rick contou e ela aceitou muito bem.
–Ótimo, um problema a menos.
Depois dessa conversa e devidas apresentações fomos para os carros e voltamos para a reserva, estar de volta em casa era maravilhoso. Uma linda recepção nos esperava na casa de Sam, e apesar do cansaço da viagem não podemos negar isso a eles, Billy ficou muito feliz ao nos ver e Sue estava radiante, sua filha Leah que estudava longe veio passar as férias, ela era linda, uma índia de dar inveja.
Ela veio em nossa direção e disse:
–Então Jacob Black, é só eu me afastar um pouco que você apronta as suas.
Ele olhou pra ela sorrindo e disse:
–Sabe como é Leah, se ficar muito monótono não tem graça, hehe Mas deixa eu te apresentar a razão de minha vida, Leah essa é Mary.
Ela me olhou com um sorriso sincero e disse:
–Então você quem roubou o coração desse lobo?
–Sim, acho que sim.
–Acha?
Jake me perguntou fazendo biquinho, nós rimos, dei um beijo em seus lábios e falei:
–Sim Leah, eu quem roubou o coração desse lobo!
Nós rimos, eu a adorei, logo uma voz rouca falou atrás dela:
–Leah?
A índia se virou, vi sua respiração ficar ofegante e posso jurar que seu coração disparou. Embry olhava para ela com um sorriso maroto nos lábios e um olhar tão penetrante, como se venerasse algo.
–Embry?
Foi o que ela respondeu, eu não acreditei no que estava acontecendo, Jacob me olhou e disse:
–Impriting!
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