Não Existem Barreiras Para Amar




Depois de um domingo tranqüilo e aconchegante em casa, vendo filmes e comendo muita pipoca, a segunda feira chegou, para minha maior tristeza, sim por que depois que virei uma loba acordar cedo era algo torturante, mas infelizmente necessário. Desliguei o irritante despertador e me dirigi ao banheiro, eram seis e meia da manhã, e por morar longe de mais tínhamos que acordar cedo demais, arg!!

Coloquei meu uniforme escolar, sim por que minha escola tinha uniforme, todo em azul marinho e branco: Calça de moletom, camisete branca, um blusão de linho azul marinho com gola V e um casaco azul marinho por cima, além de um tênis preto, o que me fez sentir ter oito anos de idade, mas seria melhor assim, pelo menos meu corpo se escondia por baixo do moletom e despertaria menos a atenção de quem quer que fosse, já que Benjamim finalmente cedeu e resolveu me acompanhar na escola, pois passar toda manhã e uma parte da tarde longe seria torturante pra nós dois, e ele sabia disso.

Tomamos o café da manhã juntos e cada um foi pro seu rumo: meu tio foi pra oficina de jipe, minha tia pro curso de Ferrari, Bem e eu fomos para a escola no Mercedes preto que ele tem. Eu não tenho carro, nem sei dirigir, mas isso é algo que pretendo resolver em breve. Assim que chegamos obviamente muitas pessoas olharam não só para o carro, mas para nós também, fiquei meio tensa quando desci e notei o mesmo grupinho de sexta feira, o garoto boboca que tinha falado besteira tinha algumas marcas no pescoço que tentava esconder inutilmente com sua camisa de gola branca alta, e os outros estavam tão apavorados que não disseram nada.

Algumas garotas passaram por nós enquanto íamos para a aula, ela falaram besteiras descaradamente e a vontade que tive foi de pular no pescoço delas, mas com certeza me controlei muito, afinal tinha que provar a benjamim que poderíamos estar ali e assim o faria. Mas admito, ter um namorado lindo e simpático não é fácil.
Nossas primeiras aulas foram tranqüilas, nada de mais, Bem já conhecia todo o conteúdo e pra eu aprender foi fácil como respirar, era minha primeira vez no colegial, mas como loba minha percepção era ótima e então não tive problemas. Na hora do almoço também, tudo tranqüilo, pegamos uma bandeja e como lobos que somos comemos bastante, na verdade eu como mais que ele, pois ele tem um lado vampiro e não é sempre que comida humana lhe é bem vinda.

O nosso maior problema seria depois do almoço, seriam duas horas inteiras sem ele, em uma sala de aula cheia de humanos desconhecidos, adolescentes histéricas pela volta as aula e garotos com os hormônios a flor da pele, Bem estava visivelmente mal humorado, mas tentou me passar uma confiança que não tinha, ainda assim me acompanhou até a sala e me deu um beijo de despedida, arrancando suspiros de algumas garotas dentro da sala de aula, na verdade ele estava demarcando o território e eu nem me importei com isso.
Fui par dentro da sala buscando o assento do fundo, onde o único vazio tinha uma garota meio tímida, mas muito simpática, parei ao seu lado e falei:
__Olá, posso sentar aqui? – Ela simplesmente sorriu e acenou com a cabeça, estava falando ao celular e não podia falar comigo. Sentei e comecei a tirar meu material da bolsa, então algum tempo depois ela desligou o telefone:
__Desculpe, eu estava falando com a minha mãe. Muito prazer, Jéssica!
__Jully, prazer em conhecê-la! – Ela estendeu a mão em sinal de simpatia, fiquei meio receosa, afinal minha temperatura corporal é alta, mas ela nem se importou com isso, apertou minha mão e sorriu abertamente.
Logo o professor de química entrou e começou o que seriam duas horas de tédio geral: A sua aula!
Assim que o sinal bateu comecei calmamente arrumar minhas coisas, Jéssica me acompanhava e parecia não ter pressa nenhuma, aos poucos a sala foi esvaziando ela puxou conversa comigo:
__Então, você não é daqui né?
__Não, sou dos EUA, vim com minha família pra cá.
__Ah, eu também, mas vim do Brasil, na verdade vim morar com minha avó paterna já que meu pai morreu a alguns anos e minha mãe casou novamente, então ele teve mais dois filhos e eu me senti meio que sobrando, daí minha vó ficou doente, e eu aproveitei pra ficar com ela, já que sou tudo que ela tem.
__Oh, sinto muito, estimo melhoras a ela.
__Obrigada Jully! – Então ela olhou por cima de meu ombro e disse: -Tem alguém na porta esperando você!
Nem precisei olhar pra saber quem era, senti seu cheiro único e um largo sorriso se formou em meus lábios, Jéssica sorriu baixinho e disse: - Nossa, você está mesmo apaixonada!
Dessa vez quem riu alto foi ele, que obviamente escutou o que ela disse, então Jéssica corou de vergonha e ficou constrangida, falei:
__Vem, vou te apresentar ao meu príncipe encantado!
Fomos até a porta, onde Bem conversava com um garoto tão alto quanto ele, mas era loiro de olhos azuis, parecia um galã de cinema, mas nem de longe era tão lindo quanto o meu Bem, fiz logo as apresentações:
__Olá! – Disse para o garoto, enquanto Bem me puxada para um abraço de urso e flava baixinho ao meu ouvido: -Senti saudades! – Sorri feito boba, e falei: -Senti mais! – Então ele gargalhou, era bom vê-lo assim, então me virei, pois eu tinha noção que não estávamos sozinhos, vi o tal garoto conversando com Jéssica, eles riam de alguma coisa, falei:
__Então, amor essa é Jéssica, e esse é Benjamim! – Falei apontando para eles, ela sorriu e disse:- Pelo visto conheceu meu visinho Tayler, e se deram bem.
__Sim, falou Bem, nós tivemos aula juntos e já temos um trabalho de dupla pra entregar na semana que vem, as aulas começaram contudo.
__Que conhecidência amor, nós também temos! – Falei lembrando que o professor mandou que nós os trouxéssemos pronto na segunda seguinte e Jéssica se prontificou a me ajudar.
__Ótimo, podemos fazer juntos lá em casa, talvez amanhã ou depois, o que vocês acham?
__Tudo bem! -Responderam em coro e depois riam juntos também, até que Jéssica e Tayler ficavam bonitinhos juntos, hehe


oOo


__Pelo amor de Deus Ju, pra onde vai tanta comida?
Jéh, minha amiga me perguntava depois de eu comer o quinto pedaço de pizza, enquanto fazíamos o trabalho em meu quarto, ela ficava boquiaberta com meu apetite. Ouvi Bem rir do quarto dele e meus tios do andar de baixo, mas nem dei bola, o trabalho já estava quase pronto e depois disso nós iríamos ver um filme na sala. Jéssica era uma menina incrível, alta, nem tanto quanto eu, mas mais de um e setenta com certeza, cabelos castanhos caídos em cachos até o meio das costas, corpo atlético devido ao time de vôlei do qual era a capitã, totalmente proporcional e com curvas lindas, um quadril digno de uma brasileira, uma pele levemente amorenada, olhos amendoados, cílios grandes e pretos, muito simpática e ao mesmo tempo tímida, dando-lhe um ar meio inocente.

Tayler visivelmente babava por ela, mas ela simplesmente ignorava, dizia que se negava a ficar, queria alguém que a amasse e respeitasse, assim como via Bem e eu, e me fez prometer que a levaria em La Push no natal para que ela encontrasse algum nativo interessante. Claro que ri de seu pedido, mas pensando bem, ela poderia ser a impressão de algum lobo e ter esse amor eterno e incondicional, mas por outro lado ela teria que lidar com essa loucura do mundo em que vivemos e não sei se ela conseguiria ficar tranqüila com relação a isso.

Terminamos os trabalhos em sincronia e fomos para a sala, Jé achava a tia Nessie linda e dizia que meu tio era de parar o trânsito, eu ria muito disso, apesar de saber que ela estava totalmente certa, os lobos assim como os vampiros são inumanamente lindos e charmosos, para uma humana, principalmente.
Os dias foram passando sem maiores problemas na escola, os garotos ficaram na deles e Bem se controlava muito bem com o sangue, mesmo tendo que caçar com mais freqüência, ele se saia bem. Jéssica e Tayler definitivamente eram apenas amigos, nossos amigos, ela se tornou uma parte importante de minha vida, que eu iria aproveitar enquanto o tempo deixasse, eu a considerava como minha irmã e em alguns finais de semana ela até ficava lá em casa. Fui na casa dela e conheci sua vó, uma senhora tranqüila e simpática, com um olhar sereno e penetrante, ela disse que viu bondade em mim, mas infelizmente eu sentia seu coração batendo fraco e tinha certeza que antes do que minha amiga esperava, ela a perderia.
Foi numa sexta feira que as coisas saíram do controle, faltava uma semana para o recesso de natal e algumas pessoas já nem vinham mais a aula, principalmente aquelas que viajariam para algum lugar, estava muito frio, o Canadá conseguia ser pior que La Push, e mesmo eu sendo uma loba, nesse tempo eu não dispensava um casaco, claro que uma jaqueta já era exagero, mas um casaco de lã era bem vindo.

Estava na frente, esperando os garotos no estacionamento quando senti algo se chocando em minha cabeça, dois cheiros invadiram o ar, um era de ferrugem, meu sangue com certeza, e o outro era doce, tão doce que ardia meu nariz, e antes que eu tivesse noção de alguma coisa, apaguei, sendo envolvida pela escuridão e o frio que me apertava.





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